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  • carol zanarotti

as palavras e o vento


Meu silêncio acaba amanhã.

(uma pausa)

Prefiro assim, deixar o amanhã como algo que seja inalcançável, como o infinito.

Não acho que era bem isso que eu queria dizer a principio mas foi isso que brotou de forma espontânea enquanto olhava essa foto, pensando nos últimos dias e no que há por vir. Por isso a pausa, para tentar entender e sentir um pouco mais do que esse pensamento involuntário me trouxe. E a vontade de acreditar que na realidade o meu silêncio sempre estará comigo.

Amanhã volto à realidade. Volto ao trabalho. A rotina se aproxima e vem junto com uma pontinha de alivio de colocar a vida em ordem, a volta as aulas, ter as tardes livre, ficar sozinha em casa para trabalhar ou então somente estar só.

Amanhã deixo meu refugio de infância, fazia muito tempo que não ficava tantos dias aqui entre essas árvores que conheço de cor, centrada na pausa obrigatória que nos damos nos dias de chuva, onde o que mais importa é juntar peças de um grande quebra cabeças.

Por muito esperei pelos últimos dia de descanso e de todos os planos que fiz pouco realizei. Mas não importa. Estava em casa. Em cada canto existe uma história e me vejo ainda criança correndo pelo jardim. Só que agora vejo também as minhas filhas sendo o que fui um dia, livre, dançando junto ao tempo, na dança de se fazer nada.

Não preciso de mais nada, só do meu silêncio.

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