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  • carol zanarotti

Sobre a originalidade e a boa conduta no instagram


(texto para fotógrafos e outras pessoas que usam essa ferramenta para vender seu trabalho) Não imaginei que iria trazer um textão assim tão cedo e muito menos com essa temática, mas às vezes a vida nos leva para alguns lugares não planejados. Se tem uma coisa que estou aprendendo é usar alguma chateação minha e parar de ficar só remoendo, se no lugar posso usar isso de uma forma mais pró ativa e buscar por alguma mudança. Existem algumas práticas 'ocultas' no instagram que muita gente faz. Sei que tem muitos não fazem de má fé, apenas não param para pensar no assunto, e gostaria de falar um pouco sobre isso. A primeira é entrar no perfil de um 'colega' de profissão e começar a seguir grande parte dos seguidores dessa pessoa, imagino que em uma tentativa de alcançar esses mesmo clientes ou pessoas com um perfil parecido. Para quem pensa em fazer ou já fez, tenho uma proposta melhor! Procure perfis de locais, produtos ou outros fornecedores de áreas diferentes da sua mas que se comunicam tb com seu público, mas não vai colar lá no perfil do seu colega de profissão para fazer isso. Se coloque no lugar desse colega, você gostaria que fizessem isso com você? Já teve gente que começou a seguir minha prima, minha amiga argentina que conheci na Espanha, meu primeiro namorado, amigos de infância e claro, alguns clientes no meio disso tudo. Sei que o mundo é pequeno mas nem tanto... E será que nós, precisamos mesmo jogar esse jogo dessa forma? Segunda situação (que foi que me trouxe a escrever esse texto) é pegar todas, ou quase todas as hashtags que seu colega publica com frequência e e usar sem critério, ou sem fazer a devida pesquisa antes de usar. A minha lista de hashtags que não foram criadas por mim é um verdadeiro Frankstein. Fui criando e aperfeiçoando ao longo do tempo, e a cada uma que incluía na minha lista, tomava o cuidado de ver se: 1) tinha relação com o público com quem gostaria de falar. 2) via a quantidade de postagens para analisar a relevância e possível efetividade.

3) via se era uma # genérica e abrangente, usada por muitas pessoas, ou se era específica e se 90% das postagens eram usadas por uma só pessoa, e caso fosse, não usava.

Acho que a maioria das pessoas não param para pensar nisso, e sei que muita gente não faz por mal, apenas faz o que todo mundo faz, todo mundo copia mesmo, é mais fácil e prático.

E é esse o ponto que quero chegar! Em grande maioria, optamos sempre por um atalho, algo que já foi mastigado e feito pelos outros. Mas quando fazemos isso acabamos reproduzindo uma atitude, mas essa ação fica sem alma, sem graça, vazia... Sempre que me vejo em uma situação assim me sinto uma máquina e odeio essa sensação, e sei que ando mto monotemática ultimamente mas percebo que muita gente também tem essas mesmas questões, por isso resolvi colocar isso em pauta.

Nas hashtags que criei sempre busquei algo que fizesse parte da minha identidade e tivesse minha marca registrada. Foram incontáveis as frases que gostaria de adotar mas que já estavam sendo usadas. Passava para frente e aos poucos fui lapidando. Uma coisa maçante como procurar hashtags para divulgar meu trabalho virou algo divertido, se tornou uma brincadeira e uma parte da forma como me comunico.

Entendo que algumas são senso comum e não me apego a elas, mas outras com mais complexidade como Cenas de festa de gente festeira, não acho que podem ser mera coincidência. Quando vejo algumas pessoas usando sem consciência, fora do contexto, de forma puramente mecânica somente porque resolveram dar um copy paste, não consigo ficar em paz. Hashtags são de domínio público, algumas foram feitas para serem viralizadas, mas não é por isso que vamos usá-las sem cuidado e atenção para ver se é o caso, se faz sentido... Tá, sei que estou sendo uma chata problematizandora de hashtags haha e criando caso com besteira, mas na realidade quero mesmo trazer uma reflexão mais profunda de como optamos fazer o nosso trabalho nos detalhes e como isso também pode acabar afetando a nossa relação o todo.

Dá muito mais trabalho criar algo do zero, mas acredite, o que você ganha sendo original e verdadeiro com suas esquisitices, não tem dinheiro ou cliente que pague por isso. Essa se torna a sua construção e ninguém mais é capaz de trilhar o seu caminho, e isso que é tão incrível, se descobrir nessa aventura. A gente (e me incluo nisso) tende a repetir as atitudes, pensamentos e opiniões, frases de efeito e manias, que vemos por ai. Somos bombardeados de informações o todo tempo e reproduzimos sem nem pensarmos por um segundo se aquilo faz mesmo sentido p gente. E aos poucos vamos normatizando tanta coisa um tanto estranha.... Será que precisa ser assim? Já fiquei por tanto tempo absorvendo o mundo externo e me sentindo vazia por dentro. Estou buscando sair dessa roda e descobrir quem eu sou, criar e inventar mais, e acredito que uma parte importante desse meu processo é conseguir comunicar essas angustias porque sei que muita gente tb se sente assim. E sim, é possível fazermos e agirmos de forma diferente desses hábitos alheios que foram grudando em nós, para começarmos a ser de uma maneira que esteja mais em sintonia com o que acreditamos. O trabalho é profundo e intenso mas vale a pena!

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Postagem feita no instagram que resolvi trazer para cá. Às vezes rolam soltos alguns textos, histórias e reflexões. Se ainda não me segue, me procura lá: @carolzanarotti.fotografia

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